Ansiedade – Quando o Alerta se Torna um Problema
- Psicóloga Maria Barata
- 16 de set.
- 2 min de leitura
A ansiedade é uma emoção natural e necessária. Ela funciona como um mecanismo de sobrevivência: quando o corpo percebe uma ameaça, prepara-se para reagir, acelerando os batimentos cardíacos, aumentando a atenção e liberando energia para a ação. Esse estado de alerta já ajudou nossos ancestrais a sobreviverem em situações de risco, e ainda hoje é útil em momentos de desafio, como antes de uma prova, entrevista de emprego ou apresentação importante.
No entanto, a ansiedade deixa de ser saudável quando passa a aparecer sem motivo claro, de forma frequente e intensa, trazendo sofrimento e atrapalhando a rotina. Nesse ponto, ela se transforma em um transtorno psicológico que exige atenção e cuidado.
Ansiedade saudável x Transtorno de ansiedade
Sentir ansiedade antes de situações novas é esperado. O problema começa quando o sentimento não passa, mesmo após o fim da situação, ou surge sem gatilho aparente. A ansiedade patológica geralmente é desproporcional ao evento que a desencadeia e impede a pessoa de realizar atividades simples do dia a dia.
Alguns sinais de que a ansiedade pode ter se tornado um problema incluem:
Preocupação excessiva e difícil de controlar.
Sensação constante de tensão ou medo.
Dificuldade para se concentrar ou relaxar.
Problemas para dormir, devido a pensamentos acelerados.
Sintomas físicos, como palpitações, falta de ar, tremores, sudorese e tontura.
Evitar locais ou situações por receio de sentir ansiedade.
Tipos de transtornos de ansiedade
A psicologia identifica diferentes formas de manifestação da ansiedade:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): preocupação persistente com questões do dia a dia, mesmo sem motivo aparente.
Transtorno de Pânico: crises intensas de medo, acompanhadas de sintomas físicos fortes e sensação de perda de controle.
Fobias específicas: medo irracional diante de objetos ou situações (como voar, altura ou animais).
Transtorno de Ansiedade Social: medo de interações sociais e de ser julgado negativamente.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): presença de pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos para aliviar a angústia.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): ansiedade intensa após vivenciar ou presenciar um trauma.
Como a psicologia ajuda no tratamento da ansiedade
O acompanhamento psicológico é essencial, pois ensina o paciente a compreender e manejar os sintomas. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes, ajudando a identificar pensamentos automáticos negativos e substituí-los por interpretações mais realistas.
Outras estratégias importantes incluem:
Técnicas de respiração e relaxamento: controlam sintomas físicos em momentos de crise.
Mindfulness e atenção plena: ensinam a focar no presente, reduzindo preocupações com o futuro.
Treino de habilidades sociais: ajuda a lidar melhor com interações que despertam ansiedade.
Psicoeducação: compreender o funcionamento da ansiedade diminui o medo dos sintomas e aumenta o autocontrole.
Em alguns casos, o tratamento psicológico pode ser complementado pelo acompanhamento psiquiátrico, com o uso de medicação para estabilizar sintomas mais intensos.
Conclusão
A ansiedade é parte da vida, mas não deve controlá-la. Reconhecer a diferença entre um estado de alerta saudável e um transtorno é o primeiro passo para buscar ajuda. O tratamento psicológico oferece ferramentas poderosas para retomar o equilíbrio, reduzindo o sofrimento e fortalecendo a qualidade de vida. Com apoio adequado, é possível transformar a ansiedade de inimiga constante em um recurso de autoconhecimento e crescimento pessoal.



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